segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Aritmética e Emília

                           O livro Aritmética da Emília, lançado por Monteiro Lobato em 1935, logo após Emília no País da Gramática, fala sobre cálculos, problemas e como solucionar os problemas de forma bem divertida . O legal do livro , é que em sua introdução já é mencionado a palavra "paradidático". Elenilton Vieira Godoy, Mestre em Educação Matemática e doutorando em educação na Universidade de São Paulo, usa de forma plausível e numa linguagem bem acessível, tudo o que precisamos saber sobre o livro e como usá-lo corretamente para obtermos bons resultados.
                         Ele diz que o livro Aritmética da Emília também auxilia na compreensão e no entendimento da aritmética trabalhada pelo professor em sala da aula- além de estimular a leitura. a imaginação, a pesquisa e a curiosidade, que são habilidades fundamentais a serem desenvolvidas durante os anos de formação escolar.  Vale lembrar que Monteiro Lobato não era matemático, então, não podemos ver este livro como técnico, porém, ele mostra toda sua criatividade para desmistificar essa disciplina, que já em 1935, pelo visto era muitíssimo temida pelos alunos.  E como um homem muito a frente de seu tempo , visionou uma forma mais dinâmica para transformar esse monstro, numa disciplina mais leve. Usando seus personagens muito simpáticos, ele consegue mostrar que a matemática não é nenhuma cuca horrorosa, que te pega dali, te pega de cá....kkkkkk..
                           Escreverei exatamente como está no livro , para não perder nenhuma palavrinha sequer: " Esta obra pode servir ainda para aproximar as disciplinas escolares, ajudando a equacionar um dos principais desafios que os professores enfrentam hoje: fazer com que as disciplinas trabalhem mais próximas, respeitando suas particularidades. Quando o Visconde apresenta os algarismos romanos e indo arábicos, o livro permite abordar os aspectos políticos, religiosos, econômicos e sociais que estão por trás desses conceitos matemáticos, instigando as discussões dentro das mais variadas disciplinas escolares.....São recentes na educação brasileira e particularmente na Matemática as noções de interdisciplinaridade e de contextualização , que foram incorporadas aos documentos oficiais no final da década de 1990."


Início do capítulo de Frações.






                E o livro segue de forma a prender o docente, e transborda nossa mente de ideias para serem usadas em sala de aula. Eu o usaria tranquilamente como livro didático auxiliar no 5º e 6º ano do fundamental.  A ilustração do livro é muito atrativa, o que induz nosso pequeno a curiosidade.
Usando as casinhas para ordem e classe dos algarismos..
                O capítulo inicial é uma breve explicação sobre os algarismos, fazendo uma breve menção ao matemático Al-Khowarizmi e a sua contribuição para a matemática. A ilustração é belíssima e isso já é um fator que nos ajuda muito.  Uma percepção da Emília , ela diz que sem o 1 os outros números não existiriam , por que o seguinte é +1...e sempre +1...e sempre +1. Dando-nos a ideia que nosso aluno pode perceber que " tudo é uma sequência de 1" ( Esta observação também se verifica no Livro O Diabo Dos Números).   Tem-se uma breve explicação também sobre a numeração Romana e o nosso querido amigo "zero". Logo após temos uma forma bem legal de explicar o valor posicional e o valor relativo de um algarismo.      
                    Em casinhas , com pequenas janelas vemos as ordens e as classes. E vamos encontrando o sistema monetário, as quatro operações apresentadas de uma forma muito legal mesmo...aliás...todo o livro é muito legal mesmo e vale a pena usá-lo. Depois temos operações com frações, os decimais e as medidas.
                                                                                      
                        O livro é IDEIA purinha. Se você está procurando algo divertido e que chame a atenção dos alunos, eu realmente sugiro este livro em seus conteúdos de 5º e 6º ano.
                       As tabuadas foram escritas nas árvores do pomar. Todos escreveram as tabuadas nas árvores: a de mais, a de menos, a de multiplicar e a dividir. Usaram os lados da mesma árvore para isso.                          
Emília e o sistema de medidas...

                     O rinoceronte serve de quadro (sempre..coitadinho...) para o Visconde explicar a Narizinho como ela deve proceder para encontrar o mínimo múltiplo comum dos números. E numa linguagem simples, o nosso pequeno leitor consegue interpretar a "aula".

                    Dona Anastácia servindo pedaços de melancia para Pedrinho e Narizinho terem uma ideia de "todo" e "parte", e depois o Visconde os explica sobre denominadores e numeradores. Logo após , vem sobre número inteiro e fração mista. Tudo com conceitos fracionários.

                    Vale ressaltar que alguns conceitos foram comentados e atualizados.

     VAMOS PARTICIPAR DESSA INCRÍVEL AVENTURA ONDE NOSSO GUIA PELO PAÍS DA MATEMÁTICA É MONTEIRO LOBATO?
    BOA SORTE.... BJOS